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António Pascoal. 



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Cronologia 1961-1969.
Cronologia 1961-1969.

 

Início da Guerra Colonial e viragem no destino das colónias

 

O apego de Portugal pelas suas colónias durou séculos, mas a partir de 1961 eclode a Guerra do Ultramar. Os movimentos a favor da independência dos territórios ultramarinos acabariam por ganhar força.

Desembarque de tropas coloniais portuguesas em Luanda (1962)

Fevereiro de 1961

 

Início da Guerra Colonial

A 4 de fevereiro, o Movimento Popular e Libertação de Angola (MPLA), que era apoiado pela União Soviética e por Cuba, atacou a prisão de São Paulo, em Luanda, e uma esquadra da polícia. Foram mortos sete polícias. E no norte do território, a UPA (União das Populações de Angola), que se dedica sobretudo à guerrilha rural, desencadeou vários ataques contra a população branca. Angola foi a primeira colónia onde se iniciou a luta armada organizada contra o domínio português.

Março de 1961

Massacres em Angola

São perpetrados massacres nas regiões de São Salvador e Dembos e nos distritos coloniais de Luanda, Kwanza Norte e Uíge, em Angola, depois da agitação da UPA. Fontes da época falam na morte de 1.200 brancos e 6.000 negros. Assistiu-se à destruição de fazendas, postos administrativos e destacamentos da polícia por parte de bakongos. As operações do Exército português contra a UPA prolongaram-se durante oito meses.

Resgate de baixas do exército português em Angola (1962)

Abril de 1961

Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias

Sob os auspícios do rei Hassan II, a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), criada por iniciativa do MPLA, do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e da Liga de Goa, reuniu-se pela primeira vez em Casablanca (Marrocos), de 18 a 20 de abril. O seu objetivo era “coordenar os esforços dos movimentos nacionalistas e estabelecer os meios efectivos para iniciar a luta contra o colonialismo português”. Em Portugal, o mês de abril fica também marcado pela “Abrilada”, a tentativa falhada de golpe militar contra Salazar liderada por Botelho Moniz, ministro da Defesa.

A CONCP voltou a reunir-se em Dar-Es-Salam, em 1965, para a II Conferência (da esq. para a dir.) Agostinho Neto, Gaston Sumialat, Amílcar Cabral, Mohamed Babu, Eduardo Mondlane e Mohamed Meghracui

Agosto de 1961

Perda da Fortaleza de Ajudá

O recém-criado Daomé (atual Benim), antiga colónia francesa na África Ocidental, ocupa a Fortaleza de São João Baptista de Ajudá. Com 4,5 hectares, era uma das colónias mais pequenas do mundo. A fortaleza foi fundada em 1680 pelos portugueses e serviu, sobretudo, como entreposto comercial, nomeadamente de escravos. Portugal só reconheceu a soberania do Benim sobre a fortaleza em 1975. Foi o primeiro território ultramarino em África que Portugal perdeu no século XX.

A Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá, localiza-se na cidade de Uidá, no Benim

Dezembro de 1961

Fim do domínio português na Índia

Os mais de 450 anos de domínio português na Índia terminam a 18 de dezembro, quando as tropas indianas entram em Goa, Damão e Diu, quase sem resistência. A integração da Índia Portuguesa na União Indiana era exigida pelo primeiro-ministro indiano, Jawaharlal Nehru, desde a independência do império britânico, em 1947. “Não prevejo possibilidade de tréguas nem prisioneiros portugueses, assim como não haverá navios rendidos, pois sinto que apenas pode haver soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos”, tinha escrito Salazar numa mensagem enviada ao governador do Estado Português da Índia, General Vassalo e Silva. Porém, os soldados recusam-se a lutar perante o poder militar da Índia.

Jawaharlal Nehru foi o primeiro primeiro-ministro da Índia, de 1947 até 1964

1962

Criação da FPLN

No decurso da I Conferência de Forças da Oposição, a decorrer em Argel, em dezembro, é criada a Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), organização de inspiração comunista e de luta armada. É a partir de Argel que emite a Rádio Voz da Liberdade, emissora clandestina da FPLN dirigida por Piteira Santos e Manuel Alegre (foto), que teve um papel importante na luta contra o colonialismo português. No norte de Angola, os portugueses constroem os primeiros aldeamentos estratégicos para controlar melhor a população indígena, que é obrigada a abandonar as suas terras e é concentrada em novas aldeias vigiadas pelos militares. A estratégia é repetida nos anos seguintes noutras colónias.

Manuel Alegre foi locutor da Rádio Voz da liberdade” até 25 de abril de 1974

1963

Luta armada alarga-se à Guiné

A 23 de janeiro de 1963, face à intransigência do regime fascista português, a luta armada nas colónias portuguesas alarga-se à Guiné-Bissau. A guerra inicia-se com o ataque do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) ao quartel de Tite, no sul do país. O PAIGC conta com o apoio da Guiné-Conacri, independente desde 1958.

Guerrilheiros do PAIGC deslocando-se num carro blindado na Guiné-Bissau

1964

Batalha da Ilha do Como na Guiné-Bissau

A Ilha do Como torna-se num dos símbolos da luta do PAIGC devido à operação realizada, no início de 1964, pelas tropas portuguesas que pretendiam reocupar a ilha. A maior batalha das guerras africanas de Portugal durou 72 dias. Os combatentes do PAIGC conseguiram impedir o regresso dos militares à base estratégica na ilha.

Guerrilheiros do PAIGC na ilha guineense do Como (1964)

Setembro de 1964

Início da guerra em Moçambique

Perante a intolerância do regime português, a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) inicia a luta armada em Moçambique (foto) em 25 de setembro de 1964 com o ataque a Chai, em Cabo Delgado. Antes desta primeira ação armada, a guerrilha tinha já iniciado a sua propaganda política, especialmente entre os macondes, etnia de religião animista que ocupa aquela zona. A Organização da Unidade Africana (OUA) reconhece o MPLA como “único representante legítimo do povo de Angola” e concede-lhe auxílio diplomático e logístico. No mesmo ano, é criada em Genebra, na Suíça, a Ação Socialista Popular (ASP), que elege Mário Soares como secretário-geral.

Guerrilheiros e população em Moçambique durante a Guerra Colonial (c. 1968)

Outubro de 1964

MPLA abre Frente Leste

Depois da independência da Zâmbia, o MPLA abre a Frente Leste, aumentando, desta forma, a sua zona de influência. Antes operava principalmente em Cabinda e a norte de Luanda. Já a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), outro movimento independentista, tinha a sua área de atuação no norte de Angola, junto à fronteira com o Zaire (atual República Democrática do Congo). O MPLA abandonará a Frente Leste em 1973 devido a problemas de abastecimento.

Mário Pinto de Andrade com guerrilheiros do MPLA na Frente Leste, em Angola (1971)

Fevereiro de 1965

Assassinato de Humberto Delgado

No dia 13 de fevereiro, o general Humberto Delgado é raptado e assassinado pela PIDE, os serviços secretos portugueses, em Vila Nueva del Fresno, perto de Badajoz, Espanha, com a colaboração da polícia política do regime fascista de Franco. O “general sem medo” tinha regressado clandestinamente a Portugal para participar numa reunião que alegadamente se destinava a preparar um novo golpe militar contra o regime de Salazar.

A transladação dos restos mortais de Humberto Delgado para o Panteão Nacional aconteceu a 5 de outubro de 1990

Junho de 1965

ONU endurece posição

Com o agravamento da situação em Angola, na Guiné-Bissau e em Moçambique, aumentam as condenações da política colonial portuguesa por parte da Assembleia-Geral, Conselho de Segurança e Comissão de Descolonização da ONU. No dia 10 de junho, a Comissão passa a falar em “territórios sob dominação portuguesa” e reconhece a legitimidade das lutas de libertação nacional. Aos Estados é pedido que não forneçam armas a Portugal enquanto o país mantiver a sua política colonial.
Apesar de alguns estudos para expandir a guerra a Cabo Verde, o PAIGC prefere manter a luta no continente na Guiné-Bissau devido ao difícil acesso às ilhas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) endureceu as críticas à política colonial portuguesa

Janeiro de 1967

Salazar aceita reivindicações de Pequim

Depois de confrontos em Macau entre o Exército português e manifestantes influenciados pelo Governo da República Popular da China, Salazar cede e aceita as reivindicações de Pequim. Liberta todos os presos políticos, proíbe no território atividades do Governo de Taiwan e aceita reconhecer a soberania chinesa. A República Popular da China usa Macau como porta de entrada e saída de divisas e opõe-se à sua descolonização.

Macau foi administradao por Portugal durante mais de 400 anos

Julho de 1967

Rádio Libertação do PAIGC inicia emissões

Em julho, o PAIGC inicia as emissões da sua Rádio Libertação na Guiné-Bissau. A emissora foi um dos vários meios criados pelo partido fundado por Amílcar Cabral para difundir informação. Para divulgar os seus objetivos e êxitos militares, o PAIGC também criou boletins informativos e estabeleceu contactos com a imprensa internacional.

Operador de rádio do PAIGC, no interior da Guiné-Bissau

1968

Novo Governo em Portugal

Aos 79 anos, Salazar sofre um acidente ao cair de uma cadeira e é afastado do Governo. É substituído no cargo por Marcelo Caetano (foto), antigo ministro das Colónias (1944-47) e fervoroso ativista do “Estado Novo”. Em 1962 tinha defendido uma tese federal para as colónias como “Estados Unidos Portugueses”. Esta nomeação cria a expectativa de uma possível solução política para a questão ultramarina, mas não houve mudanças fundamentais. O general António de Spínola assume o comando militar na Guiné, onde inicia uma operação político-militar designada “Para Uma Guiné Melhor”. O objetivo era conquistar a simpatia dos habitantes através da sua promoção socioeconómica e, dessa forma, acabar com a sublevação que tinha transformado a Guiné-Bissau na colónia militarmente mais difícil para os portugueses.

Marcelo Caetano apresenta o seu governo ao Presidente da República, Américo Tomás, após a substituição de Oliveira Salazar (1968)

Fevereiro de 1969

Assassinato de Eduardo Mondlane

Em 3 de fevereiro, Eduardo Mondlane (à dir. na foto), um dos fundadores e primeiro presidente da FRELIMO, é assassinado em Dar-es-Salam, Tanzânia, ao abrir uma encomenda que continha uma bomba. Apesar das circunstâncias da sua morte nunca terem sido esclarecidas, acredita-se que a PIDE, a polícia política portuguesa, tenha sido a autora do ataque. Mondlane estudou antropologia e sociologia nos Estados Unidos e trabalhou para as Nações Unidas. O seu sucessor é Uria Simango, que será substituído na liderança do partido por Samora Machel em 1970. Simango abandona então a FRELIMO e junta-se ao Comité Revolucionário de Moçambique (COREMO), criado em 1964 e com bases na Zâmbia.

Eduardo Mondlane (à dir. na foto), primeiro presidente da FRELIMO, na II Conferência da CONCP, EM Dar-Es-Salam (1965)

Abril de 1969

Marcelo Caetano visita colónias

Em abril desse ano, Marcelo Caetano (foto) visita Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Durante o seu Governo, Salazar nunca chegou a sair da Europa. A Acção Nacional Popular (ANP), o partido único, vence as eleições de 26 de outubro para a Assembleia Nacional. Caetano faz campanha a favor da manutenção das colónias e nega qualquer negociação com os movimentos independentistas: “Portugal não pode ceder, não pode transigir, não capitular na luta que se trava no Ultramar.” O nome da polícia política portuguesa muda de PIDE para DGS.

Marcelo Caetano no seu programa semanal "Conversas em Família", transmitido pela Radiotelevisão Portuguesa (RTP)

Setembro de 1969

Início da construção de Cahora Bassa

O consórcio hidroelétrico do Zambeze (ZAMCO) inicia a construção de Cahora Bassa, na província de Tete. Um dos objetivos da barragem é tornar o rio Zambeze impermeável, evitando o avanço da FRELIMO para o sul. No consórcio participam empresas de Portugal, Suíça, África do Sul, França, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos da América. Seria a maior barragem em África e uma das maiores do mundo com uma potência de 3000 MW. A albufeira de Cahora Bassa começaria a encher em dezembro de 1974.

A barragem de Cahora Bassa situa-se no Rio Zambeze, na província moçambicana de Tete

 

Fonte:DW.